Batalha de Pelelui

Batalha de PeleliuA Batalha de Peleliu (Operação Stalemate II) ocorreu entre os meses de setembro e novembro de 1944. A 1ª Divisão de Fuzileiros, comandada pelo Major General William Rupertus  e os soldados da 81ª Divisão de Infantaria do Exército tinham, como principal objetivo a conquista de uma pista de pouso que estavam sob o domínio japonês. Os norte-americanos visavam conquistar seu objetivo em 4 dias de combate mas a batalha teve uma duração de 3 meses em função das fortificações e resistência japonesas. Nas Ilhas Palau havia cerca de 30000 soldados japoneses sendo  11000 só em Peleliu.O Coronel Kunio Nakagawa comandante do 2° Regimento da Divisão, ficou responsável pelas defesas da ilha. Também estava lotada em Pelelui a 14ª Divisão de Infantaria Imperial e trabalhadores da Coréia e de Okinawa. Novas pesquisas foram realizadas para minimizar as perdas de soldados nas Ilhas Salomão, Gilbert, Marshall e Marianas. Os ataques suicidas, denominado Banzai, foram abandonados e substituídos por uma nova estratégia de desmobilizar a formação de equipes de desembarque e contra-ataques coordenados. Esses contra-ataques visavam atrair os fuzileiros norte-americanos a um combate mais direto que demandava um número maior de recursos. Nakagawa concentrou seus combatentes no interior da ilha e se utilizou da dificuldade do terreno  para a construção de casamatas, cavernas e trincheiras bem fortificadas. As forças japonesas concentrava-se no ponto mais elevado da ilha, no monte Umurbrogol. Desse ponto, os soldados japoneses tinham uma visão de toda ilha inclusive da pista de pouso. O monte propiciava 500 cavernas, interconectadas por túneis. As cavernas foram transformadas em fortificações com posições fixas de artilharia e ninhos de metralhadoras. As bases do monte também eram guarnecidos por morteiros de 81mm, 150 mm e canhões de 20 mm bem como blindados leves e armas anti-aéreas. Em seu favor, os japoneses contavam com o terreno difícil nas praias além das conexões das cavernas e bunkers que cobriam toda ilha de Pelelui permitindo uma mobilização rápida das tropas. Ao norte, visando dificultar o avanço dos fuzileiros norte-americanos, os japoneses contavam com a proteção de uma barreira natural de coral de aproximadamente 10 metros. Em buracos localizados nessa parte da ilha havia armas anti-tanque de 47 mm e 6 canhões de 20mm. Nas praias os soldados japoneses colocaram inúmeros obstáculos para os veículos, minas e cápsulas de artilharia enterradas com explosivos. Além de todos esses empecilhos foi posicionado, ao longo da costa, um batalhão inteiro que tinha, como principal objetivo atrasar o avanço das tropas norte-americanas.

Fonte imagem: “Orange Beach 2 – Peleliu“. Licensed under Public Domain via Wikimedia Commons.

A estratégia americana

 Os fuzileiros desembarcaram a sudoeste da ilha em razão da proximidade da pista de pouso a ser conquistada localizada na parte sul. Nessa operação foram mobilizados 0 1º,5º,7º,11º e o 81º Regimentos de Fuzileiros. O 1º,5º,7º, eram liderados, respectivamente, pelos comandantes Coronel Lewis B. Puller, Coronel Harold D. Harris, Coronel Herman H. Hanneken. Puller desembarcaria nas praias ao norte, Harris atacaria ao centro e Hanneken desembarcaria no extremo sul. O 11º Regimento de Fuzileiros desembarcaria logo após o desembarque da infantaria. O objetivo norte americano era fazer com que o 1º e o 7º Regimentos impusesse pressão sobre a ilha e fornecesse proteção no flanco esquerdo do 5º Regimento. O 5º tendo essa proteção, poderia conquistar o campo aéreo localizado perto do centro de desembarque nas praias. Outra missão do 5º era impor pressão a leste da ilha, dividindo a ilha ao meio. Caberia ao 1º Regimento de Fuzileiros dirigir-se ao norte até Umurbrogol, enquanto o 7º Regimento liberaria a região a sudoeste da ilha. A 81ª Divisão de Infantaria  ficou para atrás visando apoiar em Angaur, ao sul de Peleliu. Em 4 de setembro,os fuzileiros  partiram para sua estação em Pavuvu, numa viagem de 3400 km pelo Pacífico até Peleliu. Foi realizada a limpeza de obstáculos nas praias pelos grupamento de  engenheiros militares com o objetivo de limpar as praias de obstáculos. Em 12 de setembro navios norte americanos deram início a uma pré-invasão com um intenso bombardeio sobre a ilha que tinha aproximadamente 10 km².Acreditava-se, entre os americanos, que o bombardeio maciço seria chave para a conquista da ilha mas, na realidade, inúmeras fortificações japoneses permaneceram intactas bem como o batalhão responsável na defesa das praias. Os japoneses, como o objetivo de não revelar suas posições, abriram fogo sobre as forças invasoras de forma metódica. Os bombardeios apenas conseguiram destruir as aeronaves japoneses na ilha e os prédios que cercavam o aeroporto. Os soldados imperiais permaneceram em suas posições fortificadas, prontos para enfrentar as tropas de desembarque.

A invasão da Ilha

Em 15 de setembro de 1944, às 08:32h, deu início o desembarque dos marines.  O 1º Regimento seguiu em direção ao norte na “Praia Branca”, e o 5º e 7º Regimentos partiram para o centro e ao sul na “Praia Laranja”. À medida que as embarcações de desembarque aproximavam-se das praias, os japoneses abriram fogo de forma violenta. Às 09:30h, os japoneses já haviam destruído 60 veículos de desembarque (LVTs e DUKWs). O 1º Regimento encalhou devido ao intenso fogo que vinha do “The Point”. O LVT ,  onde se encontrava o Coronel Puller, foi atingido por um projétil mas ele nada sofreu. Mais ao sul, o 7º Regimento de Fuzileiros perdeu vários veículos de desembarque oacasionado por fogo de artilharia. Inúmeros LVTs foram destruídos  enquanto se aproximavam das praias, deixando seus ocupantes completamente à deriva obrigando-os a nadar até à costa enquanto eram atingidos por projéteis das metralhadoras inimiga. No desembarque houve um grande número de baixas norte americanas e muitos homens que conseguiram chegar às praias haviam perdido seus armamentos e outros equipamentos. O 5º Regimento conseguiu progredir pois encontrava-se à uma distância menor entre eles e as fortificações japonesas. Os fuzileiros conseguiram chegar ao aeroporto, mas houve um contra-ataque japonês ordenado por Nakagawa. Sua companhia de tanques atravessou o campo de pouso forçando os fuzileiros a recuar. Os americanos reagiram e atacaram os blindados com tanques, howitzers, canhões navais e de caças-bombardeio de mergulho. Os tanques japoneses e a infantaria que os acompanhava foram rapidamente destruídos obrigando os demais combatentes a recuar em direção ao interior da ilha. Ao fim do primeiro dia, os fuzileiros americanos avançaram apenas 3 km além das praias e sofreram 1 100 baixas , sendo aproximadamente 200 mortos e 900 feridos. No segundo dia de invasão, o 5º Regimento avançou com o objetivo de conquistar o  aeroporto e chegar até o outro lado da praia a leste. Rapidamente cruzaram o campo aéreo sob pesado fogo de artilharia vindo de posições altas ao norte. Nessa investida contra posições japonesas, os fuzileiros tiveram  muitas baixas. Após a conquista do  campo aéreo, os marines avançaram até o leste de Peleliu, deixando os defensores do sul para o 7º Regimento. Os japoneses reivindicavam essa área com várias casamatas nas proximidades. Os fuzileiros combatiam em temperaturas próximas a 46 °C e sofriam várias baixas por causa de insolação. Além disso, a água disponível para consumo estava contaminada com óleo. Mesmo diante de tais condições, após 8 dias de intensos combates,  o 5º e o 7º Regimento haviam conquistado seus objetivos. Com a conquista do aeroporto, os americanos o colocaram, rapidamente, em operação. já no terceiro dia os L-2 Grasshopper (VMO-1) faziam o reconhecimento para a artilharia dos Fuzileiros e para a Marinha e em 26 de setembro, os Corsairs começaram a bombardear as posições do inimigo por toda Peleliu bem como o ataque as fortificações japonesas. Além de foguetes e bombas que eram lançadas, também os americanos passaram a utilizar o Napalm para destruir as posições e instalações. Além da conquista do aeroporto, os americanos, sobre intenso fogo inimigo conseguiu conquistar outras posições  estratégicas como  a fortaleza The Point, a Ilha de Ngesebus, ao norte de Peleliu e Umurbrogol, nomeado pelos Marines de “Bloody Nose Ridge” (A Cordilheira Sangrenta) . Em 27 de novembro de 1944 os combates haviam terminado com a vitória americana. Cerca de 28 484 soldados norte americanos combateram em Pelelui contra as forças japonesas – 11 000 soldados. Desses totais, os americanos tiveram  1 794 mortos e  8 010 feridos e os japoneses 10 695 mortos e 202 capturados.

Referencias:

BATALHA DE PELELIU. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Batalha_de_Peleliu&oldid=42701189>. Acesso em: 26 ago. 2015.

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