Antecedentes Históricos
No cenário internacional do início do século XX, as potências europeias ainda representavam o poder econômico e político hegemônico, e por meio do imperialismo, dominavam os países africanos e asiáticos, exportando seus produtos manufaturados e recebendo matérias primas. Estas potências estavam portanto no centro de todas as disputas e confrontos políticos mundiais.
Neste contexto, devido a uma agressiva política econômica, a Alemanha se tornara a nação mais poderosa da Europa Continental, investindo em armamentos e aproximando-se do império Austro-Húngaro, visando a expansão sobre os Balcãs. Esta política de alianças e disputas por novos territórios vai culminar na Primeira Guerra Mundial, tendo a Alemanha no centro do conflito. O bloco em oposição foi formado pela França, Inglaterra e Rússia.
Além da desgastante guerra de trincheiras, foram introduzidos novos armamentos como gases asfixiantes, aviões e bombas aéreas, submarinos e tanques, que provocaram pesadas perdas humanas em ambos os lados.
Em 1917, a Europa já se encontrava devastada pela guerra. Esgotavam-se as matérias primas e alimentos. Houve revoltas em diversos países exigindo o fim da guerra. A entrada dos Estados Unidos foi decisiva para o fortalecimento da tríplice entente ( grupo contrario a Alemanha) ajudando a por um fim no conflito.
A Alemanha finalmente se rende, com a renúncia do imperador Guilherme II, dando início à Republica de Weimar.
Diante de uma Europa semi destruída, os países vencedores impõe severas punições à Alemanha. Através do Tratado de Versalhes, assinado em junho de 1919, o país sofreu penalidades territoriais (teriam de devolver a Alsácia-Lorena para a França, reconhecer a independência da Polônia e da Lituânia ,e a perda de suas colônias na África e Ásia); financeiras (foram condenados a pagar indenizações aos países vencedores) e militar ( estavam proibidos de produzir armas).
Também foi criada a Liga das Nações, com a intenção de mediar e evitar conflitos futuros, mas tanto os Estados Unidos devido a sua política isolacionista em relação a Europa, como Alemanha e Rússia recusaram-se a participar. Foi um organismo que já nasceu enfraquecido e mostrou-se incapaz de resolver os conflitos que surgiram no pós-guerra.
O Mundo Entreguerras
A década de 1920 foi caracterizada por uma estagnação das economias européias, por outro lado houve uma prosperidade e grande crescimento da economia norte-americana. No fim desta década, ocorreu a grande depressão de 1929, com sérios desdobramentos nos anos 30, atingindo a maioria dos países.
Muitos dos problemas que ocasionaram a primeira guerra ficaram sem solução, agravados ainda por uma Alemanha arrasada e com um forte sentimento revanchista. No campo político, com a queda dos impérios do leste e centro europeu crescem os regimes liberais democráticos. Como havia novas camadas sociais que podiam agora opinar na vida política, formam-se partidos políticos organizados, que podiariam tomar o poder por meio de eleições.
De forma geral, os sindicatos e movimentos de trabalhadores participaram direta ou indiretamente da formação destes partidos, concedendo-lhes uma base social, diferentemente dos partidos tradicionais. Inicialmente os partidos de esquerda tiveram grande crescimento, mas também se formaram alguns à direita principalmente na Itália e Alemanha.
A criação destes partidos, a ascensão das massas e o poder dos sindicatos acabaram por abalar a tradicional democracia liberal, contribuindo para a desestabilização política.
Neste contexto, a crise econômica de 1929 foi identificada como a crise do capitalismo liberal, aumentando a descrença no sistema, e propondo alternativas autoritárias para superá-la. Despontam movimentos nacionalistas(fascistas )em países da Europa central e do leste, colocando em cheque as forças políticas internas.
Num curto espaço de tempo, o quadro político da região se altera em favor destes governos autoritários, aprofundando a crise da democracia liberal.
Na Alemanha, com sérias dificuldades para pagar as reparações de guerra, a França invadiu o vale do Ruhr, o que agravou a situação e causou sérios problemas econômicos. A inflação atingiu altos índices e foi seguida por desemprego, fome e miséria. Aproveitando este quadro de instabilidade, em novembro de 1923, em Munique, um grupo de extrema direita liderado pelo general Ludendorff e por Adolf Hitler, tentou dar um golpe, mas foi reprimido. Nessa época Hitler era apenas um líder promissor do Partido Nacional Socialista Operário Alemão, criado em 1919.
No entanto, com o impacto causado pela crise de 29 sobre a Alemanha, incapaz de resolver os principais problemas, o governo social-democrata cai. Nas eleições de 1932, a vitória coube a Hindenburg que convidou Hitler para o cargo de primeiro ministro.
Em janeiro de 1933 Hitler forma um novo governo com maioria de direita, tentando de todas as maneiras centralizar o poder em suas mãos. Desencadeando violenta repressão sobre a esquerda e os movimentos populares.
Em 1933 o partido nazista sai vitorioso das eleições e inicia a formação do III Reich: o parlamento e os partidos foram fechados, criou-se a Gestapo (polícia secreta) , e a economia passa a ser controlada pelo Estado. Em 1935 foi aprovada a lei racial determinando que os judeus eram de “raça inferior”, iniciando um grande movimento anti-semita.
Os meios de comunicação eram controlados pelo Estado e foram usados para doutrinação e consolidação da ideologia nazista. Assim Hitler reforçava sua imagem e obtinha o apoio das massas e da burguesia nacional. Ele comandava tudo através de uma Estado Totalitário, das SS (formações paramilitares) e da Gestapo, seus braços armados.
Após a consolidação do Estado nazista, Hitler iniciou uma política expansionista na Europa. Antes porém, ele reforçou a indústria bélica, introduziu o serviço militar obrigatório, juntamente com uma doutrinação nacionalista.
Em 1936, Hitler assinou um acordo com a Itália fascista e com a desculpa de recuperar territórios alemães , e incorporar regiões onde a maioria era de população germânica, deu inicio à expansão militar: anexou a Áustria e no ano seguinte invadiu a Tchecoslováquia(região dos sudetos), também reivindicou territórios da Polônia.
Ainda em 1939 a Alemanha assinou com a União Soviética um pacto de não-agressão, pelo qual os dois países dividiriam a Polônia em áreas de influência. Neste período, as tropas nazistas também interferiram na Guerra Civil Espanhola, testando armamentos e apoiando as forças de direita do general Franco.
Esta política expansionista e agressiva do III Reich criava conflitos em diversas regiões, gerando desconfiança nos demais países europeus. Eles fizeram vista grossa aos avanços de Hitler ( em especial a França e Inglaterra) pois também temiam o avanço do comunismo. No início fizeram alguns acordos e concessões mas com a invasão da Polônia, não foi mais possível evitar a guerra.