A Segunda Guerra Mundial

Desfile das tropas alemãs através de Varsóvia, Polônia, 09-1939O Início da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial teve novamente,  como principal protagonista, a Alemanha. Favorecendo-se do Tratado de não-agressão realizado com a União Soviética, invadiu a Polônia no dia 1º de setembro de 1939 dando início ao maior conflito de proporções catastróficas que marcou a história da humanidade. Desde sua ascensão, Adolf Hitler , sempre esteve com sua atenção voltada à política internacional . Desejava que o Tratado de Versalhes e seus dispositivos fossem revisados pois os termos deste Tratado restringiam o expansionismo alemão. Em 7 de março de 1936, o líder alemão, desrespeitando o Tratado, invadiu a Renânia, estabelecendo sua primeira agressiva ocupação militar. Segundo o relato de seus próprios generais, a Alemanha não teria nenhuma condição de enfrentar militarmente a França e a Inglaterra caso se opusessem. Para sorte do líder nazista, não houve nenhuma reação por parte desses países. Esta dupla omissão veio fortalecer a política expansionista alemã. Juntamente com seu aliado, Benitto Mussolini, deu apoio a Franco para a tomada do poder na Espanha, fornecendo armamentos. A intenção de Hitler era testar seu poderio militar na Guerra Civil Espanhola. Este episódio veio contribuir para aproximar os dois líderes fascistas e fortalecer o Eixo. Segundo o historiador Luiz Roberto Lopez: “ Em 1938, a política de apaziguamento da Inglaterra e França e a agressão nazista chegaram ao ponto culminante: quanto mais um lado se omitia e recuava, mais o outro se atrevia e avançava.” No mês de março do mesmo ano a Áustria foi anexada por Hitler seguida dos sudetos da Tchecoslováquia. Esta atitude era totalmente proibida pelo Tratado de Versalhes. Novamente a França e a Inglaterra se omitiram e ainda pressionaram a Tchecoslováquia a aceitar as imposições nazistas. No início de 1939, a Tchecoslováquia terminou de ser anexada ao Império alemão.

A Invasão da Polônia e a expansão nazista

Invasão da PolôniaA Alemanha contava com um enorme exército bem preparado. Imaginava-se que a campanha contra a Polônia não seria tão rápida e duraria vários meses, entretanto, a máquina de guerra nazista, apoiando-se em sua nova tática de conquista a “guerra relâmpago” ou “blitzkrieg“, em duas semanas arrasou o exército polonês. A França e a Inglaterra não estavam habituadas a esse novo modelo utilizado nos campos de batalha pois só conheciam às concepções da Primeira Guerra Mundial, baseadas nas trincheiras e campanhas de desgaste. Segundo, o conceito extraído da enciclopédia livre, Wikipédia: “a blitzkrieg foi uma doutrina militar em nível operacional que consistia em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar a defesa. Seus três elementos essenciais eram o efeito-surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque, e seus objetivos principais eram: a desmoralização do inimigo e a desorganização de suas forças (paralisando seus centros de controle). O arquiteto desta tática militar foi o general Erich von Manstein. No final da década de 1930 essa tática foi aperfeiçoada pelo general alemão Heinz Guderian.” Em pouco tempo os aliados experimentariam os ataques da blitz. A Polônia sucumbiu diante do maciço ataque alemão e não obteve nenhuma ajuda militar da França e Inglaterra. A Alemanha, aproveitando-se dessa situação, passou a impor sobre a Polônia uma série de severas humilhações e  horrores sob o governo civil de Hans Franck. Torturas e fuzilamentos sumários eram constantes. Os judeus foram perseguidos e confinados em bairros ou regiões das cidades denominados “guetos” e a partir desta seqüência de acontecimentos seguiram-se campanhas de extermínio. Visando garantir sua ofensiva, a Alemanha necessitava de matérias-prima para aperfeiçoar sua indústria bélica e manter sua máquina de guerra em busca da conquista de novas áreas estratégicas. Diante disso, no mês de abril de 1940 a Dinamarca e a Noruega foram invadidas. A Noruega além de suprir o fornecimento de ferro, estabelecia uma base para a iminente invasão da Inglaterra. Em maio do mesmo ano, as próximas vítimas do exército alemão foram a Bélgica e a Holanda. As tropas aliadas foram derrotadas em Dunquerque, importante cidade portuária ao norte da França. Cerca de 300000 soldados franceses e britânicos ficaram encurralados por uma divisão panzer alemã a nordeste da França e entre o canal de Calais e acabaram por serem retirados  por via marítima. Esta operação denominou-se “Operação Dynamo”. Nesta Operação a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132. Com a queda da Bélgica e Holanda, Hitler preparou-se para conquistar a França. Até esse momento da guerra, a Alemanha havia conquistado países pequenos com poucos recursos e quase sem nenhuma tradição militar. Ao contrário, da França  esperava-se uma maior resistência. Além de possuir seu próprio contingente militar composta por homens, tanques e aviões, também contava com um corpo expedicionário britânico. Apesar de  todo este aparato militar, sua derrota foi catastrófica. Os soldados franceses para enfrentar o exército alemão, concentraram-se na fronteira com a Bélgica. Nesta região, que fazia divisa com a Alemanha e a Itália, criaram uma linha de fortificações e defesa, denominada Linha Maginot. Este complexo defensivo possuía inúmeros canais subterrâneos, barreiras, baterias blindadas, postos de vigia e paióis de munições escondidos a grande profundidade. A confiança do exército francês  concentrava-se nesta linha de defesa. A região de Ardenas, extremamente acidentada e constituída de florestas estava praticamente desguarnecida,possibilitando o golpe fatal do exército alemão. O exército francês acabou por dividir-se em dois: O flanco esquerdo, juntamente com o corpo expedicionário britânico, retirou-se para a costa do Atlântico gerando pânico em sua retaguarda. Diante desse caos, cerca de 600 mil homens, ficaram sitiados na Linha Maginot assistindo o restante de seu exército sucumbir diante do exército alemão. Em três semanas o exército francês pulverizou-se. Em 14 de junho de 1940 às tropas alemãs marcharam sobre a cidade de Paris. No dia 22 do mesmo mês, ocorre o armistício de Compiègne com a capitulação da França. A França dividiu-se em duas áreas: O norte, denominada “zona ocupada”, região ocupada pela Alemanha, e o sul, denominada “zona livre”, sediando, na cidade de Vichy, o governo pró-nazista do Marechal Philippe  Pétain, herói da Primeira Guerra.
Após toda a ofensiva alemã pela Europa, a Inglaterra ainda continuava totalmente sozinha na luta contra a Alemanha. A resistência aliada estava estabelecida na cidade de Londres e tinha como seu primeiro-ministro Winston Churchill o qual tornara-se um dos principais líderes das forças aliadas. Após a queda da França, o general francês Charles de Gaulle organizou a Resistência Francesa unindo liberais, católicos e comunistas contra os nazistas. Os Estados Unidos, até esse momento, permanecia distante da guerra e  cerca de 76% da população norte-americana não apoiava a entrada de seu país neste conflito. A ajuda era prestada aos  aliados fornecendo recursos como matérias-primas, capital e armamentos. Mesmo sem o apoio dos Estados Unidos num primeiro momento,  Churchill estava convicto em derrotar o líder nazista, prometendo a vitória ao povo britânico, nem que para isso fosse preciso “Sangue, suor e lágrimas”. Em 22 de julho de 1940 os alemães prepararam-se para a invasão da Inglaterra. No mês de setembro de 1940, a Alemanha se une à Itália e Japão, constituindo o  Eixo. A Hungria, Romênia e Bulgária, para não serem invadidos, tiveram que assinar pactos de ajuda mútua. Esses pactos fortaleciam ainda mais a posição da Alemanha no conflito. Neste mesmo ano, na campanha dos Balcãs, Benito Mussolini, precipitadamente invade a Grécia. Hitler, num primeiro momento, não tinha intenção em um confronto direto com os gregos pois preparava-se para a invasão da URSS. O líder italiano, por sua vez, aventurou-se com seus exércitos na Grécia e sua invasão foi um verdadeiro fiasco que chegou a constranger os próprios alemães. A Alemanha já não confiava muito na capacidade militar da Itália e acabara tendo que entrar no conflito não apenas para socorrer seu aliado mas, principalmente, fornecer apoio militar no flanco ao sul que ficaria exposto a invasão dos gregos e seus aliados ingleses vindo a comprometer o controle do petróleo romeno que era de extrema importância para manter a máquina de guerra. O que os italianos não conseguiram realizar em meio ano, os alemães acabaram com os gregos e iugoslavos em poucas semanas. Para alguns estudiosos, Adolf Hitler, ao desviar-se dos preparativos de invasão da URSS, e atacar os Balcãs, foi obrigado a atrasar cerca de um mês o avanço sobre a União Soviética. Esse mês de atraso, ao final, fez muita diferença pois os soldados alemães diante das portas de Moscou acabaram por enfrentar, além dos intensos combates e resistência dos russos, também as fortes nevascas. Os alemães, mesmo tendo saído vitoriosos da campanha nos Bálcãs e assegurado o controle dos campos de petróleo, acabaram tendo de enfrentar intensos e constantes ataques das guerrilhas gerando muito desgastes as suas tropas. Além da Batalha nos Bálcãs, dois acontecimentos principais vieram colaborar, a partir de 1941, para transformar a guerra da Europa num conflito de proporções mundiais: A invasão da União Soviética e o ataque do Japão à base naval norte-americana de Pearl Harbor no Havaí em 7 de dezembro de 1941. Para os potências totalitárias, atacar os dois países subitamente era a solução para dar fim aos problemas gerados pelos Estados Unidos e a URSS. A Alemanha, ao saber que o Japão havia atacado a maior potência industrial do mundo, os EUA, e que a Inglaterra tinha seu apoio, não hesitou em declarar guerra também aos norte-americanos.

Referencias:
BLITZKRIEG. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Blitzkrieg&oldid=42656127>. Acesso em: 26 ago. 2015.
LINHA MAGINOT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Linha_Maginot&oldid=41809315>. Acesso em: 26 ago. 2015.
Moares,José Geraldo Vinci de, 1960 – História: geral e Brasil: volume único / José Geraldo Vinci de Moraes. – 2.ed. – São Paulo: atual, 2005 
Lopez, Luiz Roberto, História do século XX. 3ª ed. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1987

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